Sangrando eu sinto uma lua nova dentro de mim. A escuridão que ela apresenta me silencia. Fecho os olhos, me recolho, preparo uma fogueira e fico atenta ao que é dito vindo do vazio.
É como se abrisse um espaço dentro de mim pra receber a luz prateada da lua cheia. Como um canal entre céu e terra, deixo que esse poder me atravesse.
O fluxo de energia verte através de mim como um rio, do coronário à planta dos pés, conduzindo milênios de histórias, conexões e encantamentos.
É a memória das mulheres, da natureza e de seus ciclos sendo projetada no meu ventre, e que continua em direção ao futuro escorrendo por minhas pernas e fertilizando a terra…
De coração e útero,
Nikole França