Não sou contra quem toma anticoncepcional. Para mim, uma mulher não deixa de ser sagrada ou legítima na sua caminhada de autoconhecimento por isso.
Sou contra a indicação irresponsável e preguiçosa de profissionais de medicina da pílula como tratamento para desequilíbrios como endometriose, SOP, cólicas ou excesso de sangramento quando isso é apenas uma forma de evitar os sintomas.
Sou contra a falta de informação e instrução sobre a dinâmica do nosso corpo e sobre métodos contraceptivos que não sejam hormonais, e que muitas vezes são mais baratos, seguros e acessíveis.
Sou contra a culpabilização da mulher quando ocorre uma gestação indesejada, como se ela fosse a única parte na relação que tivesse de se preocupar – o que é refletido na existência de mais de 10 contraceptivos direcionados à mulher contra 3 para o público masculino, sendo que ficamos férteis um único dia por mês.
Sou contra a crença tão grande de que gravidez é o único resultado possível de uma relação que a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis é esquecida.
Sou contra colocarmos nossos corpos em risco e nos submetermos a uma longa lista de efeitos colaterais incômodos (entre eles a perda da libido!) como se fosse um preço normal e necessário a se pagar em troca de uma falsa segurança.
Sou contra nos anestesiarem e nos privarem de vivenciarmos nossa ciclicidade e de reivindicar a autonomia sobre a nossa saúde.
Eu sou a favor de escolhas conscientes e construtivas. Nessa sociedade neoliberal as indústrias farmacêuticas não trabalham em prol do nosso bem estar. Sangrar e questionar é preciso.
Amor,
Nikole França
Que texto inspirador! Gratidão! Me sinto nessa sintonia… ❤ e feliz de encontrar duas palavras!
Obrigada, Aiezha! Fico feliz em saber dessa sintonia! Caminhos abertos ❤