A gente nunca vai poder dizer que se conhece integralmente. O autoconhecimento é a outra face do desconhecimento.
Busco me conhecer por não saber quem sou – e ao me apropriar dessa tarefa árdua e diária e me observar, percebo a intrincada complexidade de tentar me compreender por meio de definições, palavras, rasos entendimentos da mente.
Sou também (e talvez, principalmente) o que ainda não sei que sou. E já sou aquilo que estou me tornando. Sou o mistério de tudo que minha consciência não consegue abarcar nessa dimensão. E ainda mais as possibilidades que preenchem os espaços entre cada respiração.
Talvez ser seja esse eterno tornar-se e revelar-se para depois, sob a luz da consciência, metamorfosear-se alquimicamente em algo prestes a ser descoberto novamente.
Ser buscadora exige verbalizar, amar a incerteza, confiar na entrega, firmar na intenção e purificar o coração. É a construção diária e sem roteiro. Pra nós mesmas.
Nikole França